O Tempo
Tic tac tic tac tic ta...
Há momentos em que devemos parar e ao mesmo tempo começar…
Existem momentos que pergunto-me: quanto tempo precisamos para provar ao tempo que somente ele tem o tempo? Porque razão é que parece que sempre falta tempo? Como podemos fazer parte do tempo se a participação lógica só existe quando algo que é participado pertence à própria essência do participante? E por último porque razão nenhuma ciência estuda o tempo e toda a ciência é estudada com base no tempo?
Há pessoas que estão constantemente a cometer os mesmos erros, não é pelo facto de não se aperceberem dos seus erros, mas sim por pura ignorância. Os segundos passam, os minutos vão embora, as horas somem, os dias desaparecem, as 51 semanas dão cabo do ano junto aos seus 12 membros, e mesmo assim algumas pessoas não param de fazer rascunhos das suas vidas.
Podemos parar e ao mesmo tempo começar. Será que não teremos tempo para procurar tempo de ter tempo e começar a traçar uma linha recta relativamente a forma como desperdiçamos o tempo da nossa vida? Tenho a certeza que não existem poucas coisas boas e dignas de serem feitas por nós dentro do “pouco tempo de vida que temos. Ou será que, simplesmente estamos muito preocupados com o “pouco tempo de vida” que muitos pensam que temos e logo não conseguimos ter tempo de pensar que este “pouco tempo” deve ser gasto da forma mais correcta possível?
Há momentos em que devemos sentir-nos obrigados a passar a limpo os rascunhos da nossa vida. E sabermos que não importa o tempo de vida que temos, o que na verdade importa é como esgotámos esse pouco tempo. É fazendo coisas agradáveis não só para nós mesmos, mas também para aqueles que fazem parte deste pequeno grande planeta.
Será que a vida é curta? Ou simplesmente ela é tão boa que não somos capazes de dar conta que o tempo que temos de vida está a passar?
Há quem tem a vida mas não a transforma numa vida vivida, pois por meter na cabeça que tem uma vida curta faz tudo agora, mas entretanto tudo mal…
“A pressa é inimiga da perfeição” ditado que não sei de quem é. Mas “a calma é amiga do magnífico, do bonito, do admirável, e do quase perfeito” ditado que inventei baseando-me na verdade. Se concordarmos que a vida é curta, então façamos o favor de passar esse pouco tempo directamente para a folha limpa da vida. Praticando boas acções, se bem que o ser humano lhe é dado o benefício do “poder errar”. Erremos, mas não repitamos os erros. Pois o tempo não nos dá esse “bel prazer” nem tão pouco espera por nós, nós é que devemos fazer com que ele, mesmo não esperando por nós, renda-se a nós. Basta para tal evitarmos os rascunhos…
(Líticu Ussuale)
06 de Julho de 2010