TRISTE DIA
Manhã de ameaça,
Onde o nascer do sol carrega desgraça,
Tarde onde as lágrimas não têm limites,
A causa e o efeito tornam-se coniventes,
Noite clara e muda na solidão,
Onde a língua ao silencio deve a escravidão.
Manhã de covardia,
O valente tem medo de enfrentar o dia,
Tarde de negação,
Momento propício para traição,
Noite que encobre a vileza,
E encandeia a tristeza.
Manhã envergonhada
Que espreita com receio,
Tarde longa e demorada
Que não quer retirar-se no nosso seio,
Noite eterna e prolongada
Que envenena o meio.
Manhã menos importante,
Que sem pressa nasce,
Assassinando a sorte,
Tarde que despreza a humanidade,
E acena a noite,
Para juntos festejarem o dia triste.
(Líticu Ussuale)
Domingo 10.10.10